Rotina no isolamento
Na música Cotidiano, Chico Buarque diz que “todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã”.
A rotina é quase sempre associada à uma chatice, uma falta absoluta de criatividade, um transcorrer monótono de dias após dias.
Mas, na verdade, a rotina estabelece método e organização em nossas vidas, impedindo ou reduzindo a possibilidade de procrastinação e aumentando nossas chances de sucesso pessoal e profissional.
Assim, no isolamento do coronavirus, quando optamos pelo modernamente chamado “home office”, é absolutamente necessário que estabeleçamos rotinas não muito diferentes daquelas que observamos quando estamos trabalhando em nossos escritórios, fábricas, industrias e outros negócios.
Assim, todo dia devemos fazer tudo sempre igual, acordar às seis horas da manhã, tomar banho, aplicar um bom desodorante e uns pingos de perfume e, mesmo que não vistamos terno e gravata, mas sim umas bermudas e camiseta, dirigir-se ao “escritório” e lá permanecer até às 18 horas!
Isolamento não é férias, mesmo que alguns possam parar totalmente.
Os filhos, se existirem, devem respeitar o trabalho, não o interrompendo como se não fosse sério, o café e o chimarrão seguirão as mesmas regras de horário, o intervalo de lanche não pode durar duas horas.
Está certo que, em casa, não há vigilância de terceiros, mas já estamos tendo prejuízo suficiente com o fechamento das atividades econômicas para ainda abandonar aquilo que podemos fazer de casa ou fazê-lo sem a observação de prazos e qualidade.
Por outro lado, devemos deixar claro aos nossos clientes que estamos trabalhando, produzindo e que ele não deve esquecer de nós. Afinal um dia essa calamidade acaba e quem se manteve vigilante e atuante terá mais chance de se levantar e prosseguir.
Mantenha uma rotina. Ela é chata, mas necessária.