CORONAVIRUS: CHOQUE SOCIAL
Sem nenhuma vontade de entrar na discussão se as medidas restritivas de relações sociais são adequadas ou exageradas, e movido do mais cavalar e idiota sentimento de obediência às determinações de quem entende do assunto, os cientistas, quero apenas fazer algumas considerações de caráter social.
As redes sociais, paraíso da democracia desenfreada e sem controle (o que é bom, diga-se de passagem), continuam bombando de defensores de teses conspiratórias que acham mais importante, nesse momento, discutir se o vírus é real ou imaginário, se nasceu e se espalhou pelo mundo acidentalmente ou estamos em guerra biológica provocada por interesses econômicos, que é bobagem essa coisa de lavar as mãos (meu avô viveu até os cem anos e tomava banho uma vez por mês!).
No início do século XX, entre 1918 e 1920, a gripe espanhola, causada por vírus Influenza A do subtipo H1N1, teria matado cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo, e tudo que se lê acerca do assunto indica as precárias condições de higiene pessoal, de ruas e de prédios como a causa principal da disseminação desenfreada e a resistência social à medidas de prevenção, controle e combate.
Imagino, e aí não tenho nenhuma base científica, que ainda fosse comum a crença que as doenças eram castigos divinos por pecados cometidos, de forma que era só rezar, pedir perdão e acreditar que “tudo vai dar certo”, caminho pavimentado para a desgraça.
Ora, eu acredito em Deus, mas mesmo Ele precisa que demos uma força, que rezemos mas tomemos medidas práticas para nos salvar, mesmo que seja necessário perder alguma grana (ou muita grana) e nos afastar das pessoas queridas.
As relações sociais vão mudar, para melhor, pois vamos valorizar mais nossos amigos e parentes, vamos relevar mais seus defeitos e elevar suas qualidades.
Vamos sair maiores e melhores no final desse túnel escuro e assustador.
Ou não, só depende de nós.