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DIREITA E ESQUERDA


DIREITA E ESQUERDA

A diferença entre a esquerda e a direita é que a primeira descobriu, há décadas, a força da propaganda massiva em favor de uma ideia.

Talvez o primeiro grupo político de direita que soube usar a propaganda em massa a favor de uma causa sinistra foi o nazismo, que catalisou ao extremo o sentimento de ódio já existente há séculos contra os judeus para promover o nacionalismo.

Enquanto a esquerda produz 500 filmes defendendo suas ideias, 1500 peças, um milhão e quinhentos mil panfletos, cinco milhões de reuniões cansativas e absolutamente inúteis e coloca gente sua em todos os postos chaves, participa de todas as reuniões possíveis e morre lutando para convencer os outros de que o errado é certo, a direita diz que vai fazer a mesma coisa, e não faz!

Veja que a última greve do Magistério tinha, ao final, cerca de dois por cento de adesão. E, mesmo assim, foi realizada uma votação nominal entre os presentes à reunião que durou três horas para decidir aquilo que todo mundo já sabia: não havia mais greve, na prática. Uma simples votação através do levantar de mãos não seria suficiente? Isso é abusar da democracia, exauri-la, torna-la um instrumento ridículo de manifestação desnecessária de uma vontade já conhecida. Coisas da esquerda.

Será que à direita falta tempo ou disposição, será que falta convicção ou tem vergonha de dizer que quer o desenvolvimento social, mas com lucro, com renda, com vantagens econômicas para todos?

Os direitistas gostam de dizer que não tem tempo para participar de reuniões infindáveis porque precisa trabalhar, produzir riqueza, lucro, empregos e renda para todos, para si e seus empregados. Será pretensão essa explicação?

Existe ideia mais romântica do que a pobreza? Jesus não disse que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu? Então, toca ser pobre.

Não acredito, em minha ingenuidade, que alguém, de direita ou de esquerda, possa defender a injustiça social, a perseguição aos direitos das crianças, o desprezo às mulheres e ao meio ambiente, mas é certo que as formas de alcançar a realização dessas ideias são diferentes.

A propósito, não sou direta nem esquerda, sou uma pessoa que pensa.

Alguns preferem me chamar de “isentão” ou “murista”. Eu não me importo.


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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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