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Eu tenho um sonho


Parafraseando Martin Luther King, em discurso histórico, digo “eu tenho um sonho”.

Há pelo menos cinco anos a sociedade brasileira vive um pesadelo político eleitoral que a divide, a contrapõe, a embrutece, a desilude, torna pessoas inteligentes em pensadores medíocres e reducionistas, em pretensiosos donos da verdade, em oráculos do certo e do errado.

Amigos se desentendem por política eleitoral, famílias se reúnem sob a forte preocupação de não discutir posições sociais pelo medo da briga, as redes sociais se transformam em palco de ofensas mutuas.

A alternância no poder faz parte da história da humanidade moderna e civilizada, a troca de comando permite o surgimento de novas ideias e formas de agir, as vezes com resultados maravilhosos e outras com desastres. Mas, a vida segue.

Mesmo quando não somos filiados a algum partido político e não temos participação direta em eleições para cargos políticos, somos, direta ou indiretamente impactados pela política.

A sociedade moderna escolheu como método democrático as eleições, os partidos políticos nada mais são do que a representação legal de “partes” da sociedade, e é natural e desejável a disputa eleitoral.

Mas, se tudo isso é normal, porque transformamos a sociedade numa arena de ofensas pessoais, as redes virtuais que deveriam ser formas de aproximação de pessoas e troca sadia de ideias, mesmo conflitantes, numa guerra de bugios. Você sabe como os bugios brigam? Defecam na mão e atiram no adversário. Eeeca!

Eu tenho um sonho de que um dia a sociedade brasileira pare de achar normal as ofensas, os apelidos vexatórios, as agressões morais ou físicas, que os amigos possam discutir posições políticas sem entrar em luta física, que as conversas entre irmãos não necessitem ser policiadas para não desencadear uma guerra.

Será que perdemos a capacidade de sermos e agirmos de forma civilizadas e estamos nos encaminhando para a barbárie social, com a eliminação virtual e físicas de nossos opositores de ideias?

Estarei pregando no deserto para pessoas surdas ou que não querem ouvir? Alô Terra, alguém me ouve?

Paz!

É pedir demais?


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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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