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ADVOGAR É RECORRER


Muitas pessoas, equivocadamente, imputam ao advogado que recorre a culpa pela demora no julgamento dos processos.

Ora, você contrataria um advogado que desistisse de defender seus interesses ante o primeiro despacho desfavorável, apenas porque respeita o juiz que o prolatou?

Manifestamos respeito aos julgadores no momento em que, reconhecendo sua autoridade judiciária, submetemos a causa à sua interpretação e manifestação, não quando com ela concordamos.

O direito de recorrer de decisões parte de uma necessidade de evitar ou pelo menos reduzir a possibilidade de erros judiciários, que eles existem, mesmo nos Tribunais Superiores.

O direito é um conjunto de normas gerais para aplicação em casos específicos e particulares, o que implica em interpretações diversas, o que é normal em qualquer tribunal do mundo.

O advogado que não acredita na causa não deve assumi-la, pouco importa se é remunerado ou está prestando serviços gratuitos. Se assumiu, tem o dever legal de lutar até o último cartucho.

Daí, com culpa ou sem culpa, o fato é que a responsabilidade pela demora nos julgamentos dos recursos é do Poder Judiciário, pois é ele quem julga. Se existe excesso de recursos, mude-se a lei, mas enquanto recorrer for uma opção legal e interessar à parte que representamos, recorremos.

Aumente-se o número de servidores e de juízes, falem menos e julguem mais, mas parem de imputar a nós, advogados, responsabilidades que não temos.

Àqueles que acusam os advogados de estarem interessado apenas nos honorários eu digo: renunciem aos seus salários, remunerações ou rendas e vivam de vento!

O advogado é essencial à administração da Justiça, inclusive para aqueles que se acham tão superiores a ponto de imaginar que nunca precisarão de um.

Pimenta nos olhos dos outros é refresco!


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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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