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AMBIENTALISTAS DE GABINETE


Eu tento me manter, estritamente, dentro da minha área, que é o direito ambiental. No entanto, essa é a área do direito que mais necessita de outros conhecimentos, como biologia, zoologia, engenharia florestal ou ambiental, engenharia agronômica, etc.

Ou seja, não basta ser apaixonado pelo ambiente, o que é importante, para desandar a falar sobre ele, repetindo conceitos pseudocientíficos, crenças e muita bobagem, além de uma dose cavalar de ideologia, repetição de imaginações delirantes e outras manifestações improvadas.

Mas, está cheio de gente apaixonada pela temática ambiental e absolutamente bem-intencionada e totalmente desprovida de conhecimento do direito e do fenômeno natural do ambiente que tanto fala que vira uma “autoridade ambiental” ou pior, essa coisa amorfa e pouco delimitada de “ambientalista”.

Veja-se que estamos em um país democrático onde todos podem falar o que querem, o que é bom, mas muitos se negam a assumir a responsabilidade pelo que falam.

A democracia é ótima mas não autoriza que todo mundo assuma ares de autoridade que não tem.

O pior é quando pessoas com o acesso a meios de comunicação de massa desandam a falar sobre o que não conhecem, que nunca leram as leis ambientais, nunca produziram nada na indústria e o mais perto que chegam de uma lavoura é na gôndola do supermercado quando escolhem um pé de alface.

Eu falo de direito ambiental porque trabalhei trinta anos com a matéria, instrui milhares de inquéritos, centenas de ações, escrevi quase duas dezenas de livros sobre o assunto, o mestrado e dois doutorados foram de direito ambiental e, ainda assim, tenho um monte de dúvidas a respeito.

Se eu não estivesse tão velho, faria outros cursos acerca da matéria ambiental, mas tem gente que lê o jornal vagabundo da esquina e acha que sabe tudo.

Não jogue para a torcida.

Seja honesto.


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João Marcos Adede y Castro

JOÃO MARCOS ADEDE Y CASTRO é graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, sendo Mestre em Integração Latino Americana, pela mesma Universidade.

 

É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade del Museo Social Argentino, e doutorando em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires, ambas de Buenos Aires.  

 

Foi Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por quase 30  anos, tendo exercido as atribuições de Promotor de Justiça Especializada de Defesa Comunitária, com atuação preponderante nas áreas de defesa do meio ambiente, interesses sociais e coletivos e improbidade administrativa. É Professor Universitário.

 

 É membro e  foi Presidente da Academia Santa-Mariense de Letras, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é o escritor e jurista  Darcy Azambuja. É advogado em Santa Maria, RS.

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