FAKE NEWS
FAKE NEWS
Na sociedade dita séria e consciente e, ultimamente, na classe política e nos órgãos de controle eleitoral, cresce a preocupação com as notícias falsas, as conhecidas “fake news”, melhor traduzidas como “notícias fabricadas”, que causam enormes prejuízos à pessoas, empresas e instituições.
Na verdade, notícias falsas ou fabricadas com o objetivo de prejudicar alguém sempre existiram, através de “bocas de Matilde”, cartas anônimas e boatos que correm “como rastilho de pólvora” sem que se possa identificar de ondem vieram.
Muitas reputações ilibadas, e outras nem tanto, foram destruídas por fofocas e notícias falsas, enquanto outras foram construídas com base em qualidades não verdadeiras.
Claro que, modernamente, os meios de comunicação de massa, notadamente internet, e aí as redes sociais (muitas vezes mais parecidas com redes antissociais!), facilitam enormemente o alcance, a rapidez e, por consequência, os danos muito mais relevantes.
O controle sobre as “fake news” será extremamente difícil, talvez impossível, porque podem esbarrar no direito constitucional de livre manifestação (sem olvidar que liberdade de manifestação não implica em irresponsabilidade civil e penal pelo que se diz).
Vejam que não estamos falando de conceito desfavorável sobre arte, música, teatro, beleza física ou outro de caráter subjetivo, mas de fatos não verdadeiros que prejudiquem pessoas, como acusação de corrupção, cometimento de crime, etc., que não tenham base na realidade e que muitos de nós, por ingenuidade ou maldade, acabamos por criar ou divulgar.
Não desprezo a possibilidade de construção de algum instrumento legal que, a despeito de respeitar a liberdade de expressão, consiga minimamente limitar a criação e a divulgação de notícias fabricadas.
Mas, sem sombra de dúvida, apenas a responsabilidade, a honestidade e a consciência social de cada um poderá, de forma sustentável, reconstruir uma sociedade menos fofoqueira e mais solidária.
Sou um sonhador, fazer o quê?